Quem assistiu a reunião da CFT (veja aqui) ficou bastante preocupado com a declaração dos deputados de que até aquele momento o presidente do STF, ministro Ayres Britto, não havia chamado os membros da comissão para uma conversa que estava prevista, pelo próprio ministro, para ocorrer 15 dias atrás. O presidente, deputado Antonio Andrade, respondeu ao deputado Pauderney Avelino que apesar de ter encaminhado formalmente a solicitação ao ministro Ayres Britto ainda não havia recebido qualquer confirmação dessa reunião. Com a falta de quorum, os coordenadores do Sindjus deixaram a CFT e foram diretos para o STF. Chegando lá, foram informados pelo Diretor Geral, Amarildo Oliveira, que confirmou que a reunião em questão realmente não aconteceu. No dia 08 de maio, após encontro com os presidentes do Superior Tribunal de Justiça, ministro Ari Pargendler, e do Tribunal Superior do Trabalho, ministro João Oreste Dalazen, Britto declarou que iria “sair a campo” pelo reajuste dos servidores e magistrados do Judiciário. Os principais veículos de comunicação do país reproduziram essa declaração.
No entanto, como o presidente pretende fazer isso se nem mesmo essa reunião solicitada pela CFT para dar andamento ao PL 6613/09 foi marcada? Esse encontro com os membros da Comissão de Finanças e Tributação seria uma excelente oportunidade para o ministro Britto começar a consolidar seu discurso. O ministro Britto precisa ficar atento ao calendário, que joga contra a aprovação do PL 6613/09. Em julho, o Congresso Nacional entra em um recesso branco em razão das eleições municipais. Em setembro, o próprio Ayres Britto terá de se afastar da presidência do Supremo em razão da aposentadoria compulsória. Não há tempo a perder, ainda mais porque o adiamento indeterminado dessa votação é tudo o que o governo mais deseja neste momento. Ou o ministro Ayres Britto entra em campo realmente para negociar com o Executivo e com o Legislativo ou o Judiciário continuará sendo empurrado com a barriga. O ministro Peluso ouviu o canto da sereia do governo e olha só no que deu. Quando tentou fazer alguma coisa para vencer a enrolação do governo já era tarde. Tal enredo não pode se repetir com o ministro Britto. Os coordenadores do Sindjus vão continuar o trabalho de chamá-lo à realidade. Também vão trabalhar pressionando parlamentares e conscientizando a categoria sobre o que teremos de enfrentar.
Diante desse cenário, a greve é a única saída para os servidores que não suportam mais tantas promessas e medidas protelatórias. Dessa forma, os coordenadores do Sindjus começam nesta quinta-feira (17) uma rodada de assembleias para mobilizar a categoria para a greve. A primeira assembleia setorial acontece no STM, às 16 horas. A Plenária Nacional da Fenajufe, realizada em São Luis, no Maranhão, no início de maio, definiu que a greve começa no próximo dia 30. Os coordenadores do Sindjus vão seguir essa decisão e começar a preparar a categoria para essa batalha. “Somente um movimento grevista bastante forte e articulado poderá superar os obstáculos impostos pelo Executivo, pelo Legislativo e pelo Judiciário. Precisamos utilizar o fato de estarmos em ano eleitoral a nosso favor. Não podemos chegar no dia 30 de junho esperando pelo cumprimento de um acordo feito pelos líderes da CFT ou pelas promessas de atuação do ministro Ayres Britto. Nossa mobilização sempre fez a diferença e agora não será diferente. Vamos buscar esse reajuste com o nosso próprio suor”, afirmou o coordenador Jailton Assis.
17/05/2012 – fonte: Sindjus/DF