RIO DE JANEIRO: PARTICIPANTES DEBATEM O MODELO DE POLÍCIA DO BRASIL
Os cerca de 150 participantes do I Congresso Nacional dos Agentes de Polícia do Poder Judiciário da União debateram, na manhã desta sexta-feira (16) no auditório da EMERJ no TJRJ, o modelo de polícia do Brasil. O painelista foi o vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF), Luiz Carlos Cavalcante, que fez uma apresentação sobre as raízes históricas e as mudanças necessárias no modelo brasileiro.
De acordo com ele, o policiamento vive um momento de estruturação diante da criação de uma nova polícia brasileira – a Polícia Judicial, que deve aprender com os erros do passado e ocupar o espaço de preenchimento de uma lacuna institucional. “Com toda certeza a Polícia Judicial vem preencher uma lacuna importante e caminhar junto com os demais órgãos de segurança pública, além de fortalecer a segurança pública desse país”, destacou.
Segundo Luiz Carlos Cavalcante, as atribuições dos Agentes há muito oneravam o patrulhamento e a segurança oferecida à população. “É muito importante essa estruturação na segurança dos magistrados ameaçados e na do Poder Judiciário como um todo, principalmente no campo da Inteligência e investigação dos delitos cometidos dentro dos Fóruns. A Polícia Judicial deve se integrar no sistema de segurança como um todo para exercer esse papel tão relevante”.
O policial federal enfatizou que no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) existe um grande contingente de Policiais Militares que atuam na proteção institucional. “Se eles tivessem uma polícia própria, poderiam estar atuando em favor do patrulhamento à população, ao mesmo tempo em que traria a valorização para os Agentes de Polícia do Poder Judiciário”, analisou.
Sobre a Federação Nacional, o palestrante explicou que a entidade representa 14 mil policiais federais do Brasil, tendo como principal bandeira a mudança do modelo de segurança nos estados, onde a maior prejudicada é a população brasileira que, ao buscar os órgãos de segurança, tem pouca ou nenhuma efetividade na interlocução. Para ele, a culpa não é dos operadores, “a culpa é do modelo arcaico e ultrapassado que enfrenta a resistência corporativa e a falta de vontade política, que insistem em manter o modelo atual”.
Durante o painel, o policial federal fez um breve histórico do surgimento da polícia no Brasil, além do trabalho desempenhado por uma Comissão de Estudos Especiais da Câmara dos Deputados, entre os anos de 2015 e 2018, que se debruçou no estudo e mapeamento pela unificação das polícias no Brasil. Luiz Carlos explicou que o grupo apontou possíveis soluções para o arcaico e ineficiente trabalho do policiamento brasileiro. “Espero que esse trabalho não seja descartado e que possa servir de base para uma efetiva mudança no modelo atual”.
Para o palestrante, o sucesso da Polícia Judicial deve estar focado na atividade de inteligência, estruturação e qualificação da equipe para exercer atividades de investigação, o que, de acordo com ele, trará ainda mais valorização e reconhecimento para a categoria.
Do Rio de Janeiro, Caroline P. Colombo