“É PRECISO PENSAR FORA DA CAIXA E ENXERGAR O AMBIENTE OPERACIONAL COMO UM RADAR”, AFIRMA MAURÍCIO VIEGAS EM PAINEL SOBRE INTELIGÊNCIA NA SEGURANÇA INSTITUCIONAL

O período da tarde do VIII Encontro Nacional de Gestores da AGEPOLJUS foi iniciado na sede do TRT-1 com a explanação sobre A Inteligência de Segurança Institucional no Poder Judiciário. O painelista foi o Agente de Polícia Judicial do TJDFT, atualmente em exercício no Supremo Tribunal Federal, Maurício Viegas Pinto.

Na abertura, o Agente destacou a necessidade de a equipe de segurança nos tribunais ter informações sobre os seus protegidos para ser possível mensurar quais são as ameaças ou grupos adversos.

Viegas enfatizou a importância da adoção de medidas de Inteligência no judiciário e falou sobre a criação da Escola Superior de Defesa, com sede em Brasília, onde são oferecidos cursos de alto nível voltados para as áreas de Inteligência, Segurança e Defesa. De acordo com ele, o conhecimento é o produto final da Atividade de Inteligência, “cujo propósito é ser disseminado para a administração dos tribunais”.

Para o palestrante, quanto mais conhecimento gerado e difundido, maior será a qualidade das decisões tomadas. “As decisões são de grande importância e podem repercutir sobre a própria vida para os casos de magistrados ameaçados”.

Durante a exibição, Maurício Viegas foi enfático sobre a necessidade de se pensar “fora da caixa” para aumentar a qualificação e valorização da atividade de inteligência e da segurança no Judiciário. “É preciso pensar fora da caixa e enxergar o ambiente operacional como um radar. Inteligência não funciona sem rede ou sistema. O profissional de inteligência precisa ser articulado”, disse.

O Agente de Polícia Judicial também abordou a Inteligência e Contrainteligência para a amplitude da atuação do Setor de Segurança nos tribunais. A Inteligência está relacionada à obtenção de conhecimento e antecipação das situações, para a excelência do trabalho desempenhado pelo setor. Já a contrainteligência está na prevenção e contraposição de alguma ameaça ao Judiciário no âmbito institucional.

Viegas abordou, ainda, a Segurança Orgânica e Segurança Ativa, envolvendo, inclusive, a segurança cibernética das Cortes. Para o palestrante, é importante que as equipes sejam compostas por pessoas que dominem o tema, principalmente diante de tantos ataques hackers registrados em diversos tribunais do país nos últimos meses.

No encerramento, chamou a atenção para a necessidade de maior capacitação dos Agentes de Polícia Judicial, diante da relevância na prevenção dos riscos e garantia da proteção de todos os envolvidos e protegidos pela segurança institucional. “As Escolas Judiciais dispõem de plataformas virtuais que devem ser aproveitadas pelos serviços de inteligência para o aprimoramento da equipe de segurança”.

O painelista finalizou com a frase do cientista político John Schaar, que diz: “O futuro não é um lugar para onde estamos indo, mas que estamos criando. O caminho para ele não é encontrado, mas construí-do. E o ato de fazê-lo muda tanto o destino quanto aquele que o construiu”.

O último debate do Encontro Nacional de Gestores de 2022 acontece neste momento com a participação do assessor da Secretaria de Segurança do STF Rogério Gomes Viana, que aborda A realidade atual da Gestão da Polícia do Supremo.

Do Rio de Janeiro, Caroline P. Colombo

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