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Decor aponta ilegalidade na terceirização de cargos que devem ser preenchidos por concurso público
Fonte: AGU 8/10/2008
O Advogado-Geral da União, ministro José Antonio Dias Toffoli, aprovou Nota 148/2008, elaborada pelo Departamento de Orientação e Coordenação de Órgãos Jurídicos (Decor), que orienta órgãos e entidades governamentais a não terceirizarem serviços que devem ser desempenhados por categorias que integram seus planos de cargos.
A Nota esclarece que tais licitações violam a regra constitucional do concurso público, ainda que as atividades sejam consideradas assessórias. O documento foi emitido pelo Decor, órgão da Consultoria-Geral da União (CGU), a pedido do Núcleo de Assessoramento Jurídico de Goiânia (GO).
O estudo foi provocado pela necessidade de contratação de serviços terceirizados de secretária, motorista e auxiliar administrativo da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Goiás, que registrou diferentes entendimentos jurídicos entre seus órgãos consultivos.
A análise do Decor apontou como indevida a terceirização dos serviços de secretária e auxiliar administrativo, por constatar a equivalência entre as atribuições apresentadas pela Superintendência e aquelas atribuídas à categoria funcional dos agentes administrativos. Quanto ao cargo de motorista, a terceirização só será possível caso a atividade não esteja prevista no Plano de Classificação de Cargos do órgão.
O estudo foi realizado pela Advogada da União Márcia Cristina Novais Labanca. Segundo ela, a normatização desses contratos já está prevista no Decreto 2.271/97.
Devido à profundidade da análise e ao potencial de controvérsia provocado pelo assunto, o Consultor-Geral da União, Ronaldo Jorge Araújo Vieira Junior, solicitou ao ministro Toffoli que o estudo seja encaminhado a todas as consultorias jurídicas e núcleos de assessoramento jurídico, além do Departamento de Assuntos Extrajudiciais da CGU.
O Consultor-Geral sugeriu, também, a remessa de cópia ao Grupo de Trabalho, instituído no âmbito da AGU, que analisa questões referentes a licitações e contratos.
Magistrados se unem contra barbárie e violência no Pará
Fonte: AMB 27/10/2008
“Gostaria de entender que cultura é essa em que os cidadãos destroem aquilo que foi criado justamente para lhes dar segurança e Justiça”. Esse foi um dos questionamentos mais recorrentes durante o “I Fórum de Juizes e Promotores do Estado do Pará: a Segurança dos agentes públicos do estado em xeque, realidades e perspectivas”. O evento aconteceu na manhã de sexta-feira, dia 24 de outubro, no auditório Agnano Monteiro do Fórum Cível da capital paraense.
Com organização da Associação dos Magistrados do Pará (Amepa) e da Associação do Ministério Público do Estado do Pará (Ampep), o Fórum atraiu cerca de 100 pessoas interessadas em chegar a conclusões imediatas para sanar a onda de violência que tomou o interior do estado, assustando juizes e promotores. A AMB foi representada pelo seu presidente interino, João Ricardo dos Santos Costa, e pelo coordenador da Justiça Estadual da entidade, Eugênio Terra.
Segundo o presidente da Amepa, Paulo Vieira, os casos de violência contra juízes e promotores no interior do estado vêm de longa data, mas o ano eleitoral trouxe ainda mais ocorrências. Somente em 2008, casos de vandalismo contra fóruns e ameaças a juizes foram constatados em Tomé-Açu, Viseu, Marituba, Barcarena, Rondon do Pará, Novo Progresso, Santo Antônio do Tauá, São Miguel do Guamá, Bragança e Moju.
Para João Ricardo, os ataques a juizes e fóruns atingem os princípios republicanos e interessam a todo o país, não podendo ser vistos como um problema isolado. “A AMB é a favor da civilização, vamos abolir a barbárie”, conclamou. Ele lembrou ainda que os juizes locais estão participando ativamente da construção de um judiciário melhor, citando como exemplo a realização do Fórum Mundial de Juizes em Belém no início do ano que vem. “Esta será mais uma oportunidade de discutirmos com colegas do mundo todo a situação delicada que vimos nessas reportagens”, disse João Ricardo, referindo-se à exibição de vídeos que retratavam atos de vandalismo em locais como Viseu e Tomé-Açú.
Com a palavra, Eugênio Terra afirmou que a AMB está agindo incansavelmente na cobrança de uma atitude dos poderes públicos responsáveis, mas que ainda não há resultados práticos. “Hoje vemos aqui colegas reunidos para cobrar condições mínimas de trabalho a fim de cumprirem suas funções constitucionais. Chegamos a um nível em que as discussões só não bastam: a magistratura exige soluções imediatas”. Magistrada há 12 anos, a juiza Eliane Figueiredo acredita que as entidades associativas devem investir na realização de campanhas para a aproximação com o cidadão. “Um exemplo que deu muito certo foi a campanha Eleições Limpas, promovida pela AMB, que mostra ao cidadão a verdadeira face do Judiciário”.
O presidente da Amepa acredita que o primeiro passo para uma volta à civilidade aconteceu com a reunião de hoje. “Abrimos um canal inédito e muito importante com os magistrados de todo o estado e o Executivo (referindo-se à presença do Secretário de Estado de Segurança Pública, Geraldo Araújo)”. Também compunham a mesa de debates o presidente da Ampep, César Mattar Jr.; o representante do TJ-PA, juiz Roberto Moura; o procurador de Justiça Ricardo da Silva; e o representante da OAB-PA, José Nazareno Lima. Após a manifestação dos convidados, a palavra foi aberta aos presentes no auditório. A quantidade de manifestações fez que o evento adentrasse a tarde de sexta-feira.
União de poderes é a solução
Preocupado com os reflexos da violência contra operadores da Justiça que começou a se manifestar em seu estado, o presidente da Associação dos Magistrados do Maranhão (Amma), Gervásio dos Santos, comentou que a entidade já se encontrou com representantes da segurança pública do estado para exigir respeito ao poder judiciário. “Não podemos compactuar com o discurso de que em breve as coisas serão resolvidas. Precisamos de respostas hoje”, disse.
Atitude semelhante foi tomada pela Amepa e pela Ampep dois dias antes do Fórum, quando estiveram em audiência com a governadora Ana Júlia Carepa. Durante o encontro, Carepa assinou termo autorizando concurso para 1.500 policiais militares que atuarão no interior do Estado. O concurso deve melhorar a situação de inúmeros juizes presentes no Fórum, que reclamaram sobre a falta crônica de policiamento. Segundo relatos, em algumas cidades do interior há somente quatro policiais trabalhando para manter a paz social de 50 mil habitantes.
BRASÍLIA – 26/09/08 – Os juízes federais poderão ter um sistema de segurança voltado especialmente para este setor do Judiciário Federal. Trata-se do Projeto de Lei 3491/08, da Comissão de Legislação Participativa, em tramitação na Câmara dos Deputados. A proposta cria o Fundo Nacional de Segurança da Justiça Federal [Funseg-JF], destinado à implantação de um sistema de segurança para os juízes federais.Matéria publicada na Agência Câmara afirma que o projeto determina que os recursos do fundo serão aplicados em: “construção, reforma, ampliação e aprimoramento das sedes da Justiça Federal, para proporcionar segurança física e patrimonial aos magistrados; manutenção dos serviços de segurança da Justiça Federal; formação, aperfeiçoamento e especialização do serviço de segurança da Justiça Federal; e aquisição de material permanente, equipamentos e veículos especiais imprescindíveis à segurança dos magistrados com competência criminal”, entre outros itens.O projeto foi sugerido pela Associação dos Juízes Federais do Brasil [Ajufe], com o objetivo de assegurar recursos para implantação do sistema de segurança dos tribunais regionais federais e direções de foros federais. Pelo projeto, o fundo deverá ser instituído e gerenciado pelo Conselho da Justiça Federal.Segundo a Ajufe, a principal inovação do projeto é que ele reserva ao fundo um percentual de recursos decorrentes da aplicação do confisco em casos criminais federais. Pelo texto, 12,5% dos recursos confiscados ou provenientes da alienação dos bens perdidos em favor da União em processos criminais serão revertidos para o Funseg-JF.TramitaçãoO PL foi apresentado à Câmara no dia 25 de maio e tramita em regime de prioridade. Atualmente, aguarda parecer do relator na Comissão de Finanças e Tributação, deputado Sílvio Costa [PMN/PE], e depois de aprovado nesta Comissão, seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça. O PL também está sujeito à apreciação do Plenário da Casa.